quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um sonho possível e belo



Ele vai estrear só em 19 de março. É uma pena que o leitor não possa assisti-lo antes da noite da premiação do Oscar, já que ele é um dos nobres indicados a melhor filme do ano. Um Sonho Possível, de John Lee Hancoc, é uma daquelas obras que transformam a vida de quem o assiste, tem o poder de humanizar os seres humanos que estão tão desumanizados. O filme se baseia numa história real, na trajetória de Michael Oher, um jovem que saiu da pobreza extrema para se tornar uma estrela, talvez a maior delas, da Liga Nacional de Futebol Americano.

Big Mike, como era conhecido o jovem Michael Oher, não tem estrutura familiar, ás vezes dorme na rua, sente medo de falar com os colegas de escola, se sente inferiorizado e não vê nenhuma perspectiva nem sequer para o presente. As coisas começam a mudar quando, numa noite fria, um casal vê o rapaz e se compadece dele. Sean e Anne Leigh resolvem levar Big Mike para casa naquela mesma noite.

A família é branca, o rapaz ajudado é negro. Os dois filhos do casal, uma adolescente e um garoto adoráveis tem amigos na escola, Big Mike não tem ninguém. Um pouco mais tarde, quando a mãe adotiva conhece o lugar e os amigos que cresceram com ele (a maioria dos colegas se tornou dependente químico ou criminoso) lhe pergunta: “O que você fez para manter a pureza?”. É claro que não vou dar a resposta aqui. Deixarei que você veja no filme. Mas a frase é para mostrar que través de contrastes como esses, Hancock constrói uma bela história, revelando pouco a pouco que o amor real e desinteressado destrói todas as barreiras.

Aliás, o cineasta foi feliz em tudo, a começar pelo elenco. Os atores estão tão bem em seus papéis que esquecemos que estão encenando. E quem contribui muito para isso é a atriz Sandra Bullock, que levou o Globo de Ouro desse ano e é indicada também para o Oscar de melhor atriz. É indiscutivelmente o melhor papel de sua bem sucedida carreira. Não há exageros nem apelo às lagrimas, embora este jornalista e alguns dos seus colegas verteram muitas delas durante a exibição na cabine de imprensa. A história toca, inspira, motiva e convence. Um belo filme, se não ganhar Oscar é certo ganhará um lugar no coração de cinéfilos de todo o mundo.

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